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Cresce suspeita de elo entre hepatite ‘misteriosa’ e Covid-19 e casos em SC apresentam melhora
24/05/2022 09:36 em Novidades

Um tipo misterioso de hepatite aguda tem despertado a atenção de autoridades de saúde de diferentes países do mundo ao longo das últimas semanas. A doença não é ocasionada por nenhum dos vírus conhecidos da hepatite (A, B, C, D e E) e pode ter entre as suas causas uma relação ainda não esclarecida entre a Covid-19 e um tipo de adenovírus.

Até o momento, Santa Catarina registrou três casos suspeitos da hepatite de origem misteriosa. Os pacientes evoluíram com melhora da função hepática, segundo informou a Dive/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica) nesta segunda-feira (23).

 

Como ainda não se sabe o agente causador da doença, todos os casos seguem em investigação.

A SES (Secretaria de Estado da Saúde) continua monitorando os casos e atualizando as definições e os exames necessários para a exclusão de outros diagnósticos.

O Ministério da Saúde criou uma sala de situação para monitorar 41 eventos suspeitos de hepatite aguda de origem desconhecida registrados até agora em território nacional.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) registrou até esta semana 348 casos da doença. A maioria das crianças apresentou sintomas gastrointestinais, icterícia e, em alguns casos, falência aguda do fígado e um quadro que acabou levando à morte.

Elo entre vírus de hepatite e Covid-19

A primeira hipótese de que a hepatite aguda possa ser causada por uma relação entre a Covid-19 e um tipo de adenovírus foi levantada por autoridades de saúde do Reino Unido. Lá, os primeiros casos foram registrados e tratava-se de uma hepatite causada por um adenovírus.

Estudos mostraram que até 70% dos doentes testaram positivo para o adenovírus 41F. Ele afeta mais crianças, jovens e pessoas imunossuprimidas. Provoca resfriado ou problemas intestinais.

“Inicialmente achou-se que o adenovírus seria a causa das hepatites agudas, mas o fato é que ele não aparecia em todos os casos”, explicou o infectologista Marcelo Simão, da Universidade Federal de Uberlândia, em Minas. “Em muitas crianças que apresentaram quadros graves não foi possível isolar o vírus; e em algumas na qual foi feito um transplante não se achou o vírus no fígado retirado.”

Covid-19 antes da hepatite

Especialistas notaram também que muitas crianças tinham tido Covid-19 antes da hepatite aguda. Um estudo publicado na Lancet na semana passada propôs, então, nova hipótese.

Segundo o trabalho, uma combinação entre as duas infecções estaria provocando a doença hepática aguda.Partículas remanescentes do Sars-CoV-2 no trato intestinal das crianças estariam servindo de gatilho para uma reação exagerada no sistema imunológico a uma infecção posterior pelo adenovírus 41F.

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