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Casos de Covid-19 entre crianças de até 9 anos cresceram mais de 200% em SC
Novidades
Publicado em 05/08/2020

O número de casos de Covid-19 entre crianças de até nove anos cresceu 206% em Santa Catarina entre 2 e 30 de julho. O mesmo aconteceu na faixa etária de adolescentes, de 10 a 19 anos, que sofreu um aumento de 204% no número de pacientes infectados.

Os dados fazem parte de um estudo do Necat (Núcleo de Estudos de Economia Catarinense) da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). Divulgado nesta segunda-feira (3), o boletim analisou o agravamento da doença em Santa Catarina.

Em todo o Estado, até 2 de julho, eram 735 os casos de Covid-19 na faixa etária de zero a nove anos. Já no dia 30 daquele mês, 2.250 crianças tiveram resultado positivo para o novo coronavírus.

Entre a faixa etária de 10 a 19 anos, o aumento foi de 1.362 casos em 2 de julho para 4.145 ao final do mês. Para comparação com meses anteriores, até maio havia 23 crianças de 0 a 9 anos com a confirmação da infecção pelo vírus. Em junho, os casos entre as crianças chegaram a 240.

Já para os adolescentes de 10 a 19 anos, os números de maio e junho foi de 402 e 36, respectivamente.

Fiocruz alerta para risco no retorno das aulas

O avanço de casos entre os mais jovens preocupa principalmente por um possível retorno de crianças e adolescentes às aulas presenciais. Um estudo feito pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), em parceria com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostra que o retorno da atividade representa risco a 165 mil catarinenses.

A avaliação da instituição analisou dados sobre dois grupos populacionais que se encontram nos chamados grupos de risco da Covid-19: os adultos com idade entre 18 e 59 anos que têm diabetes, doença do coração ou doença do pulmão, e os idosos (com 60 ou mais anos).

Em seguida, cruzou os dados para verificar quantos desses dois grupos residem com crianças em idade escolar (entre 3 e 17 anos). Segundo a Fiocruz, se encaixam nesse grupo 84 mil idosos e cerca de 81 mil adultos com doenças pulmonares, cardiopatias ou diabetes.

Para a Instituição o retorno das aulas coloca os estudantes em situação de contágio. Isso acontece, diz a Fiocruz, mesmo que escolas adotem medidas de segurança e que as mesmas sejam cumpridas com rigor.

A justificativa é que o transporte público e a falta de controle sobre o comportamento de crianças e adolescente que andam sozinhos fora de casa representa potenciais situações de contaminação pela Covid-19.

“O problema é que, se forem contaminados, esses jovens poderão levar o vírus Sars-CoV-2 para dentro de casa e infectar parentes de todas as idades que tenham doenças crônicas e outras condições de vulnerabilidade à Covid-19, representando uma brecha perigosa no isolamento social que essas pessoas mantinham até agora”, conclui o estudo.

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