O CTVacinas (Centro de Tecnologia de Vacinas) da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) anunciou que os testes em humanos da vacina brasileira contra o vírus causador da doença mpox devem iniciar em breve. A última etapa no desenvolvimento do imunizante deve ocorrer apenas após a liberação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Segundo o CTVacinas, os pesquisadores trabalham em um DDCM (Dossiê de Desenvolvimento Clínico de Medicamento) que será encaminhado à Anvisa para que a etapa dos testes em humanos seja liberada.
Apesar do crescimento recente no número de casos, o imunizante brasileiro já estava em desenvolvimento há pelo menos dois anos, período em que a mpox provocou a primeira emergência global.
A vacina, conforme a UFMG, é produzida a partir do vírus atenuado e não replicativo e, por isso, é considerada “extremamente segura” e poderá ser aplicada também em grávidas e pacientes imunossuprimidos.
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) existem, atualmente, dois imunizantes já disponíveis contra a doença: a vacina produzida pela farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic, Jynneos; e a vacina ACAM 2000, da farmacêutica norte-americana Emergent BioSolutions.
O ECDC (Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças) intensificou nesta sexta-feira (16) o nível de alerta após registrar um caso de mpox na Suécia causado por uma variante considerada ainda mais perigosa.
Mesmo com o risco, o ECDC afirma que a probabilidade de uma transmissão sustentada pela nova variante é considerada baixa.
“Como resultado da rápida disseminação deste surto na África, o ECDC aumentou o nível de risco para a população em geral na UE/EEE [União Europeia/Espaço Econômico Europeu] e para os viajantes às áreas afetadas. Devido aos laços estreitos entre a Europa e a África, devemos estar preparados para mais casos importados do clado 1″, explicou a diretora do ECDC, Pamela Rendi-Wagner.
A variante clado 1 é responsável pelos casos endêmicos de mpox na República Democrática do Congo e é considerada mais letal do que a clado 2 (África ocidental), que provocou um surto global em 2022.
A mutação do clado 1 – chamada de 1b – desde 2023 é associada ao aumento de casos de infecção na República Democrática do Congo, além dos registros em outros quatro países vizinhos sem casos: Uganda, Ruanda, Quênia, Burundi.
Com o aumento na disseminação da mpox no continente africano, a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou emergência em saúde pública internacional na quarta-feira (14).
Fonte: ND+