Dois casos suspeitos da hepatite misteriosa já estão sendo investigados em Santa Catarina. Os acontecimentos vem preocupando médicos e pais e também acenderam alerta na DIVE (Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina) e na Vigilância Epidemiológica de Florianópolis.
Segundo a Dive, ainda não se sabe a causa da doença, mas o órgão já emitiu alerta com orientações aos profissionais de saúde do Estado e, em conjunto com os municípios, monitora e acompanha os casos.
Em alerta publicado nesta segunda-feira (9), o órgão passou orientação para profissionais de saúde. A Nota de Alerta nº 07/2022 explica os critérios clínicos para que crianças e adolescentes sejam considerados suspeitos de infecção pelo vírus.
O alerta explica que a síndrome clínica entre os casos identificados é a hepatite aguda (inflamação do fígado) com enzimas hepáticas acentuadamente elevadas.
Os casos analisados pelo governo estadual são baseados em confirmações em diversos países. Os pacientes relataram sintomas gastrointestinais, incluindo dor abdominal, diarreia e vômitos antes da apresentação com hepatite aguda grave e aumento dos níveis de enzimas hepáticas.
Os vírus comuns que causam hepatite viral aguda (vírus da hepatite A, B, C, D e E) não foram detectados em nenhum dos casos relatados em outros países.
Já o adenovírus foi detectado em pelo menos 74 casos e, entre os casos com resultados de testes moleculares, 18 foram identificados como Adenovírus F tipo 41. OSARS-CoV-2 (coronavírus), de acordo com o Estado.
Até o momento, de acordo com o alerta, viagens internacionais a outros países não foram consideradas como fatores associados.
Casos em 11 países
Até o dia 21 de abril de 2022, pelo menos 169 casos foram relatados em 11 países. No Reino Unido foram 114 casos; outros 13 na Espanha, 12 em Israel, nove nos Estados Unidos, seis na Dinamarca, cinco na Irlanda e quatro na Holanda.
Na Itália também foram quatro casos, enquanto Noruega e França registraram dois casos cada. Na Romênia e na Bélgica houve um caso em cada país.
Segundo o informe do governo estadual, os infectados nestes países têm idade entre um mês a 16 anos. Alguns casos exigiram transferência para unidades especializadas de fígado infantil, 17 crianças foram submetidas a transplante de fígado e uma morte foi relatada.
Incerteza sobre vacinas
Segundo o órgão municipal, ainda não há certeza se as vacinas disponibilizadas para hepatite são eficientes nos casos desta nova infecção. “Não sabemos se a vacina tem efetividade neste caso porque nem se sabe a causa deles. Não sabemos se é A, nem B, nem C”, explica a Vigilância Epidemiológica de Florianópolis.
A pasta diz ainda que já encaminhou alertas para que profissionais de saúde no município estejam atentos sobre a situação.