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Toques e dança para ‘melhorar nota’: assédio sexual é investigado em escola pública de SC
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Publicado em 13/04/2022

Os relatos chamam a atenção e chocam. Em trecho de um Boletim de Ocorrência registrado na Polícia Civil, uma mãe conta que “o professor propôs às meninas da turma que quisessem ‘melhorar a nota’ que dançassem para ele, sendo que ele trancaria a porta para terem mais privacidade”. A descrição da cena faz parte de uma investigação que corre em sigilo em São Francisco do Sul, no Norte de Santa Catarina. Ao menos três famílias procuraram a Polícia Civil denunciando casos de assédio em uma escola do município.

Ainda segundo os boletins de ocorrência feitos na última semana, os casos aconteciam há semanas. Além de sugerir dança para que as alunas melhorassem de nota, o professor teria assediado uma aluna que estava com o pé machucado. “Estava sentada em um banco, onde o professor sentou ao seu lado e começou a alisar sua coxa de forma inconveniente”, diz trecho do relato dado e registrado em um dos boletins.

 

Os pais relataram, ainda, outros casos de constrangimento, como buzinas quando as alunas estavam sozinhas e elogios aos corpos que motivaram, inclusive, a mudança na maneira de se vestir de uma das alunas, que “passou a ir de moletom folgado para a escola”.

Relatos de negligência e afastamento do professor

O advogado Pedro Mira representa as famílias e conta que foi procurado pelas famílias para denunciar os casos de assédio dentro da escola e, apesar de até o momento três famílias terem registrado boletim de ocorrência, a suspeita é de que o número aumente no decorrer das investigações. “Há indícios de que 10 meninas entre 11 e 15 anos foram assediadas pelo professor”, diz.

Mira reforça, ainda, que houve negligência no tratamento do caso. Segundo ele e os relatos das famílias, os casos foram reportados, mas a Secretaria de Educação demorou para tomar uma atitude. “Para mim, há um fato grave. A Secretaria tinha conhecimento da situação há mais de uma semana e as autoridades competentes não tinham sido acionadas. Há indícios de que nem mesmo o Conselho Tutelar foi acionado dessa situação”, salienta.

As alunas denunciaram os casos de assédio à direção da escola. Segundo o município, uma aluna procurou a direção da escola no dia 18 de março e fez a primeira queixa. No dia 25, um grupo de alunas retornou à direção e reforçou a queixa. Então, a diretoria encaminhou o caso à Secretaria Municipal de Educação, que abriu um processo administrativo no dia 28 e afastou o professor, que tem 65 anos. Além das denúncias das alunas, a direção da escola encaminhou atas de reuniões com os pais das adolescentes.

Fonte: ND+

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