Durante as últimas semanas, o Ministério da Saúde começou a ventilar a possibilidade de reclassificar a pandemia de Covid-19 como endemia. Em Santa Catarina, a situação é analisada com cautela pela Dive/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina).
“Vemos o cenário com otimismo, considerando a redução de casos e mortes. Mas estamos em alerta devido à baixa cobertura de vacinação e à variante BA.2, responsável pelo aumento de casos em outros países”, afirma o superintendente de vigilância em Saúde, Eduardo Macário.
A melhora nos indicadores é o que motiva o rebaixamento proposto pelo Ministério da Saúde. Desde 5 de fevereiro, o Brasil teve queda de 60,4% na média móvel de mortes e 77,7% na média de casos. A melhora também é registrada em Santa Catarina nas últimas sete semanas.
Entretanto uma reclassificação desse tipo só poderia partir da OMS (Organização Mundial da Saúde), segundo o superintendente. A situação transborda o contexto local. “A pandemia é decretada pela OMS quando a situação ultrapassa o limite dos países”. Vai além do Brasil.
Conforme reportagem do ND+, a ‘pandemia’ indica que a doença atinge vários continentes de forma intensa, inspirando medidas específicas para combatê-la. A endemia ocorre quando a doença tem frequência acima do esperado, mas o governo já tem meios suficientes para controlá-la – o que permite uma série de flexibilizações.
Terceira dose e BA.2
Até esta quarta-feira (23), apenas 38% dos moradores de Santa Catarina tomaram a terceira dose, segundo dados da SES (Secretaria Estadual de Saúde). Entre os idosos a taxa chega a 78%. “Precisamos alcançar pelo menos 85% da população”, destaca Macário.
As mortes e casos registrados no atual momento atingem justamente os que não concluíram o esquema vacinal. O que inspira preocupação principalmente por conta da proliferação da BA.2 – subvariante da Ômicron. Desde o início da pandemia pelo menos 20 casos desta variante foram registrados no Estado, registra a SES.