Um grupo de pesquisadores de Santa Catarina colhe amostras de esgoto em 16 municípios em busca de identificar novas variantes e monitorar a situação do coronavírus no Estado.
Foi exatamente dessa forma que o grupo da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) identificou que o vírus já circulava em Florianópolis desde o fim de 2019.
De acordo com a coordenadora do projeto VigEAI (Vigilância Epidemiológica Ambiental Integrativa), Gislaine Fongaro, o estudo utiliza águas residuadas, ou seja, esgoto bruto e mistura de água da chuva, por exemplo.
“É possível estudar focos, alvos, viroma e todos os vírus podem estar ali. Além disso, ainda é possível prospectar novos. Um dos principais zoonóticos que circulam em humanos e animais são os mais preocupantes porque historicamente são os causadores de pandemias e epidemias”, explica Gislaine Fongaro.
Além da possibilidade de identificar novas variantes, o projeto é importante, também, no monitoramento da situação do coronavírus pontos de cidades de Santa Catarina.
De acordo com a pesquisadora, quanto maior a concentração viral no esgoto bruto, sabe-se que a circulação do vírus aumentou. Sendo assim, a informação pode ser útil para o controle sanitário.
“Se a coleta em um ponto de Florianópolis mostra que essa carga viral aumentou, isso quer dizer que lá existe um foco de casos de Covid-19. Assim conseguimos questionar se a cobertura vacinal está sendo ágil naquele lugar ou se precisamos avançar no enfrentamento e questionar como está sendo feito o combate”, exemplifica a coordenadora do VigEAI.
Vale ressaltar que são 16 municípios catarinenses que contam com até quatro pontos de coleta de esgoto e as amostras são repassadas de forma mensal em conjunto com as empresas de tratamento de esgoto da região.